Descoberta persa traz à tona a lavoura mais doce do mundo
Atualmente a produção brasileira de cana-de-açúcar é a maior do mundo. O País produz açúcar, etanol e energia, além de ajudar a livrar o ar de CO2
O AgroSaber dá continuidade à série de matérias sobre a história de alimentos pelo Brasil e no mundo. Desta vez, o destaque é, literalmente, para uma das plantas mais doces que há na Terra: a cana-de-açúcar. Da lavoura sai grande parte da produção mundial de açúcar, além de servir à produção de etanol, à alimentação de rebanhos, à produção de energia, e ser responsável pelo sequestro de CO2 da atmosfera.
A história do uso da planta, que é de origem asiática, remete aos séculos 6 a.C e 4 a.C. Segundo historiadores, foram os persas que descobriram os famosos “juncos que produzem mel sem abelhas” no território da Índia. Logo depois, os gregos contribuíram para adotar e espalhar a lavoura pelo mundo. A planta seria originária especificamente das regiões tropicais do sul e do sudeste da Ásia, e que a planta foi domesticada pela primeira vez como uma cultura agrícola na Nova Guiné, há cerca de 6.000 a.C.
A produção de açúcar
Inicialmente, o consumo habitual era de mascar a cana, depois foram sendo desenvolvidos os primeiros engenhos para extrair o ‘suco’ da planta. A partir daí, os primeiros agricultores no sudeste da Ásia e em outros lugares começaram a ferver esse suco, transformando-o em uma massa viscosa para facilitar o transporte.
Mas foi da região norte da Índia que pode ter saído a primeira produção de açúcar cristalino. O alimento era considerado uma especiaria muito luxuosa e cara. Foi a partir dessa valorização que a lavoura ganhou o mundo, e começou a ser cultivada no Caribe, América do Sul, Oceano Índico e nações insulares do Pacífico.
No Brasil
A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no início do século 16, em Pernambuco, quando foi iniciada a instalação de engenhos de açúcar. De lá para cá, os usos seguiram muito além da própria produção de açúcar, que atualmente é o alimento calórico mais barato que há no mundo. Da cana também é fabricado a cachaça e o etanol. Da queima do bagaço de cana das próprias usinas é produzida energia elétrica.
Hoje, uma das principais ferramentas de mitigação de gases de efeito estufa é a capacidade dos canaviais brasileiros em sequestrar CO2 da atmosfera, incentivadas pelo comércio de Créditos de Descarbonização (Cbios).
Atualmente o maior canavial do mundo é brasileiro: com uma área de 8,6 milhões de hectares e uma produção de 654,5 milhões de toneladas de cana, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), referente à safra 2020/2021.
O Estado de São Paulo concentra 51,6% da área, com 4,4 milhões de hectares. É seguido por Goiás, com 11,3% da área; Minas Gerais, com 9,9%; Mato Grosso do Sul, com 7,4%; e o Paraná, com 6,0%.
Segundo dados de 2019 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), logo atrás do Brasil, vem a Índia, 405,4 milhões de toneladas; a Tailândia, com 131 milhões de toneladas; e a China, com 109,4 milhões de toneladas.
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