Nordeste é a nova fronteira do agro
No Dia Mundial de Combate à Desertificação, confira como a pesquisa científica e o trabalho de homens e mulheres no campo estão tornando mais verde o Nordeste brasileiro
O dia 17 de junho foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial de Combate à Desertificação. O momento é de refletir sobre os prejuízos e, principalmente, de pensar em alternativas para minimizar os efeitos desse fenômeno no mundo. A transformação da região Nordeste nas últimas décadas é um exemplo claro de que, com boas práticas na agricultura e pecuária, é possível frear a desertificação e trazer o novamente o verde à paisagem.
A lavoura de algodão é um grande indicador para saber se uma área está mais fértil e deixando de sentir o peso da desertificação. Muitos especialistas afirmam que, quando seu cultivo chega à determinada área é porque aquelas terras atingiram o auge de sua fertilidade. É o que está acontecendo no Nordeste, mais precisamente numa nova região agrícola chamada Matopiba.
A região é formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia. Seu nome vem justamente de um acrônimo formado pelas siglas dos quatro Estados MA + TO + PI + BA). Toda essa área vem experimentando uma forte expansão agrícola com a produção de soja, milho e algodão. A porção baiana da região é a segunda maior produtora brasileira da fibra, atrás apenas de Mato Grosso.
A safra local de soja e milho foi de quase 15 milhões de toneladas em 2018, o equivalente a cerca de 10% da produção nacional, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e processados pela Embrapa. Além de grandes culturas de grãos, a região também está produzindo desde tubérculos a frutas, além de inúmeras atividades de pecuária.
Sealba
Outra região nordestina também vem ganhando notoriedade nos últimos anos. Assim como Matopiba, Sealba é também um nome formado pelo acrônimo das siglas de Sergipe, Alagoas e Bahia.
Segundo um estudo da Embrapa, a região, que possui área superior a 5 milhões de hectares, apresenta condições de solo e clima propícias à produção vegetal e animal e elevado potencial de se tornar um território de grande relevância agrícola. Nessa região, a produção de milho está ganhando cada vez mais força, com produtividade média de 3 mil toneladas por hectare colhido.
Técnicas de combate à seca
Quanto às demais regiões nordestinas, a pesquisa da Embrapa tem ajudado produtores no combate à desertificação, com sua série de técnicas. Entre elas estão a gradual recuperação da mata ciliar, o reflorestamento, a indicação de diversificação de cultivos, a adoção de integração de lavoura com floresta nativa, a Caatinga, além de várias opções para captação e armazenamento de água no solo ou em poços artesanais ou cisternas.
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