Novo ataque ao agro brasileiro pode triplicar o valor dos alimentos no País

Novo ataque ao agro brasileiro pode triplicar o valor dos alimentos no País

Proibição do herbicida paraquat pode refletir em perdas de até R$ 27 bilhões no campo

A competitividade do agro está novamente sob ataque no País. Desta vez não é a reforma tributária ou mais um reflexo da pandemia. A bola da vez é a proibição de um herbicida essencial à técnica do plantio direto, chamado de paraquat. Sem a autorização para o uso do agroquímico são estimados:

Aumento de R$ 407 milhões custos da produção agrícola.
Redução de R$ 27 bilhões no valor bruto da produção (VBP).
Desemprego de 2 milhões de trabalhadores do agro.
Encarecimento de até 3 vezes o preço da cesta básica.

Os números fazem parte de um estudo da consultoria MB Agro e encomendado pelo Instituto Pensar Agro, o qual analisa as lavouras de soja, milho, algodão, feijão, café e arroz. O cenário é previsto a partir da suspensão do uso do produto desde o dia 22 de setembro, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) quer reverter esse processo.

Vídeo produzido pela FPA explica os principais efeitos da suspenção do uso do paraquat

O que é plantio direto?

A técnica conhecida como plantio direto é uma das mais importantes do agro brasileiro e que permitiu o fortalecimento dos solos e da agricultura, de norte a sul do País, além de ser a grande responsável pelo crescimento da produtividade agrícola nacionalmente.

Antes do plantio direto, o produtor tinha de colher toda a lavoura e revolver o solo para plantar novamente. O método era bem difícil e trazia muitos prejuízos, porque, depois de um tempo, a terra não conseguia mais absorver os nutrientes dos adubos aplicados e, com qualquer chuva, o solo se desmanchava, criavam-se erosões por toda área e todo investimento com fertilizantes era levado embora pela enxurrada.

Com muita técnica e criatividade os produtores paranaenses deram início a um método de plantio sem precisar revolver o solo, no início da década de 1970. O processo de semear passou a ser feito sobre os restos da lavoura anterior, ainda no solo. Os restos além de proteger e nutrir a terra, permitiu que ganhos de produtividade.

A técnica tornou-se tão importante que hoje ocupa 32 milhões de hectares, cerca de 70% da área cultivada com grãos no País, segundo dados da Embrapa.

Por que o paraquat é essencial?

O produto acelera o processo de decomposição dos restos das plantas, após a colheita, além de tornar possível o processo de plantio pelas máquinas. Uma das grandes dificuldades, no início desse processo, era justamente depositar a semente no solo, com tanta palha e restos de vegetação por cima do solo. A solução veio através desse herbicida e que é o mais barato que há no mercado.

Outros países usam esse produto?

Sim, muitos países ainda utilizam o herbicida. Entre eles estão os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Japão e a Nova Zelândia. Todos eles são considerados muito exigentes com suas normas agronômicas, e, por isso, não há motivo para o Brasil suspender esse produto, que é considero seguro para Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês).

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