Perfil digital: 86% dos agricultores de Mato Grosso possuem Internet
Pesquisa foi feita com 470 agricultores que cultivam 901 mil hectares de soja, correspondendo a 9% da área plantada com o grão no Estado
O estudo “O perfil do agricultor mato-grossense na era digital”, elaborado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostra como os produtores no maior polo de produção de grãos no País estão antenados com inovação, tecnologia e o movimento de digitalização do campo. Segundo a pesquisa, 86% dos agricultores do Estado possuem internet na propriedade.
Além de trazer o cenário da conectividade no campo, o estudo, que celebra 23 anos do Imea, revela o perfil tecnológico dos produtores do Estado, o maior produtor de soja e milho, e com o maior rebanho bovino nacional.
A pesquisa foi realizada junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e apoio do Instituto AgriHub, ambos ligados à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato). Foram entrevistados 470 agricultores, abrangendo uma área total de 901 mil hectares de soja que correspondem a 9% da área estadual de plantio. O trabalho foi desenvolvido entre os meses de setembro e outubro de 2020, totalizando 80 dos 141 municípios mato-grossenses.
“A pesquisa revela desafios como a conectividade, os canais de comunicação e oportunidades de melhorias, dados de clima, monitoramento da produtividade, entre outros fatores importantes que ainda precisamos avançar”, afirmou o superintendente do Imea, Daniel Latorraca.
Desafios
Entre os desafios apontados pelo estudo está a necessidade de expansão do sinal de internet pela fazenda. Atualmente, o sinal abrange predominantemente apenas a sede da propriedade, revelando uma oportunidade para a melhoria da conexão para demais áreas da fazenda e os demais moradores das propriedades.
Um outro dado curioso é que entre os inúmeros benefícios da internet nas propriedades, o principal deles é a retenção dos funcionários (22%). Em seguida estão fatores como o controle dos estoques (18%), monitoramento das operações agrícolas (17%), compras on-line (16%), monitoramento do clima (14%), segurança na fazenda (13%) e outros fatores (0,7%).
Hábito de acesso
Conforme a pesquisa, a utilização de smartphone pelos produtores supera o uso dos computadores. Para 92% dos agricultores, o smartphone é um importante aliado na gestão da propriedade e acesso à informação. É por meio deste aparelho que o produtor acompanha o mercado, as vendas e faz a comunicação com os clientes e fornecedores. As regiões que mais usam smartphone são o sudeste e o nordeste do Estado. Os produtores da porção centro-sul mato-grossense são quem menos utiliza a ferramenta.
Quando o assunto é o uso de aplicativos (APPs) ou software, 61% dos respondentes adotam alguma dessas tecnologias especialmente com o objetivo de buscar eficiência e auxílio na gestão da propriedade (36%). Em seguida estão interesses como verificar a previsão do tempo (34%), auxiliar no manejo de pragas, doenças e daninhas (15%) e outros fatores (15%).
Com informações da Ascom/Famato