Playlist sertaneja faz vacas produzirem mais leite no Espírito Santo
Conheça algumas práticas de bem-estar animal que tem mostrado bons resultados na produção de proteína animal
Não é de hoje que alguns produtores rurais no Brasil e no mundo têm apostado em adotar determinadas técnicas para garantir melhores condições de vida aos animais de produção. Garantir oferta de alimento e água, saúde, mais espaço e liberdade, conforto térmico, além de uma condução mais tranquila, sem gritaria, sustos, cutucões e livre de qualquer dor nos currais e nas granjas tem sido práticas essenciais. Mas já imaginou se essas práticas pudessem ir muito além disso? Como por exemplo, uma sessão de músicas de uma playlist sertaneja?
Tem produtores que já imaginaram, sim. E o melhor de tudo: viram bons resultados, tanto no comportamento dos animais como na produção de carne e de leite. Confira algumas histórias curiosas.
Vacas românticas
O pecuarista Marinho Scheidegger, dono de uma fazenda leiteira no município de Rio Novo do Sul (ES), fez algo inusitado para melhorar o índice de produtividade. Ele passou a fazer com que suas vacas ouvissem uma playlist sertaneja na hora da ordenha. O objetivo inicial era simplesmente ouvir notícias enquanto trabalhava, mas percebeu que, com as músicas, o comportamento dos animais mudou.
Ao som de ritmos tranquilos, românticos e sertanejos, segundo o produtor, as vacas ficaram atentas e passaram a produzir mais leite. A produção diária saltou de 50 para 80 litros, desde que as músicas passaram a fazer parte do ambiente do curral, há dez anos. O pecuarista usa um rádio antigo para embalar sua produção.
A técnica já foi até testada por pesquisadores britânicos, que comprovaram o resultado. Mas por lá a playlist foi outra, com sinfonias de Beethoven e composições da dupla americana Paul Simon e Art Garfunkel.
Música para os leitões
Uma trilha sonora clássica também faz sucesso em granjas de suínos. Os ritmos servem para diminuir o comportamento agressivo dos animais, justamente na hora da distribuição da ração. A técnica fez parte da tese de doutorado da zootecnista Érica Harue Ito, pela Universidade de São Paulo (USP). A pesquisadora demonstrou que a música faz com que os animais tenham um “enriquecimento sensorial do ambiente”, o que leva a uma diminuição do comportamento agressivo e a manutenção da taxa de engorda com um consumo menor de ração, o que tem grande impacto no custo de produção dos suínos.
Massagem na bezerrada
A pecuarista Carmen Perez, com fazenda no município de Barra do Garças (MT), é uma das produtoras mais atuantes na disseminação de boas práticas em propriedades rurais pelo País. Sua criação de bezerros, mudou radicalmente com uma série de técnicas para relaxar as vacas na hora do parto. Nos currais há até uma almofada específica para os bezerros quando nascem. Todos recebem uma bela massagem após o parto.
O bife mais caro
Uma das carnes vermelhas mais caras do mundo vem do bovino de origem japonesa chamado de wagyu. Uma característica específica é a carne com maior percentual de gordura entremeada, garantindo mais maciez ao bife. No Japão, há relatos de que o animal é tratado com cerveja, ouve música clássica e recebe até massagens.
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